Em relação ao legado de Fernando Lopes, confesso que fui/sou muito mais leitor da palavra escrita/falada, do que da sua obra cinematográfica.
Não esqueço contudo um detalhe: No distante "verão quente" de 1975, Fernando Lopes foi um dos jornalistas que disse «Não» ao camarada Saramago.
Nessa época dizer não, aos «amanhãs vermelhos e vindouros» foi pretexto para ficar sem trabalho, com todas as consequências derivantes do não alinhamento. Será sempre dessa dignidade, ou seja, o exigir poder pensar e falar pela sua própria cabeça, a melhor recordação que tenho do cinéfilo que agora nos deixou.